À medida que a gente descia, eu fui começando a sentir um grande calor, mas não era mais o calor de Nossa Senhora. Era um outro tipo de calor. E aí então que nós chegamos assim, diante de um lugar muito escuro, que quando clareava dava de ver que era um mar imenso, que parecia que não tinha fim. Só que não era mar de água, era um mar de fogo que não tinha começo e não tinha fim. E quando a gente olhava para aquilo que parecia o teto daquilo, a gente via que abria assim uma grande janela e começavam a cair pessoas. Chovia gente dentro daquele mar de fogo e as almas já caíam, gritando e queimando. Algumas desciam puxadas, levados por monstros que nós entendemos que eram os demônios. E aí, quando as almas caíam naquele mar de fogo, elas afundavam. E quando elas voltavam para a superfície, elas já tinham mudado completamente. Já não pareciam mais seres humanos. Pareciam monstros que não tinham nem forma e nem aparência humana. E eu me lembro muito bem de ter visto assim uma mulher. Primeiro, ela era muito bonita, bonita, com cabelo grande, loira, vestida assim, com um vestido vermelho, seios salientes, assim uma mulher daquelas que, como os homens diziam naquela época, era um avião. Muito bem, ela era muito bonita. De repente, eu lembro muito bem que ela fez.
Assim que ela abaixou a cabeça, uma grande chama subiu assim, queimou ela todinha. E quando ela levantou a minha cabeça, ela já tinha perdido completamente a aparência humana. O rosto dela era o rosto de um monstro. Ela tinha rabo de cobra, um corpo assim parecido com com um corpo peludo, parecendo que era um misto de réptil com um urso lobo, uma coisa assim, uma coisa horrível. E ela tinha dentes assim, afiados de vampiro, de morcego. E quando ela abria a boca, saíam serpentes tipo najas de fogo, que ficava assim ao redor dela, se enrolando nela. E aquelas serpentes mordiam ela sem cessar e ela gritava. E Nossa Senhora disse esta esta alma morreu obstinada no pecado. E aí nós víamos os demônios. Os demônios se distinguiam pela forma mais horrível do que das almas condenadas e principalmente, Satanás. Ele era de todos os demônios, o mais feio. Tem a foto desse monstro aqui que a gente vai mostrar que é a que eu achei assim, que mais se parece com o demônio, mas não é ainda isso. Ele é mais feio que isso, principalmente o cabelo assim, esse cabelo caído assim com esse coisa aqui em cima, é o que mais se assemelha ao cabelo de Satanás. O rosto também, os dentes, o olhar mal, o chifre e as asas se parece muito com as do próprio Lúcifer.
Todas as vezes que eu vi as asas dele era assim o cabelo e o rosto também, mas ainda é muito mais feio do que isso aqui. Quando eu via aquelas almas caindo e voltando pra superfície do fogo, já transformadas em demônios, eu via como fogo assim, girava, girava, girava, subia. E aquelas almas subiam gritando e blasfemando contra Deus. E aí depois aquele fogo cessava e as almas caíam de novo naquele fogo e aquele tormento se repetia continuamente. Eu também via, por exemplo, os demônios com as garras deles, assim, as unhas bem pontiagudas, cravando as unhas assim naquelas pessoas e arrancando pedaços daquelas pessoas e devorando. Via também os demônios arrancando pedaços daquelas pessoas. Uns arrancava as pernas, os outros os braços. Eu via um demônio. Eu lembro muito bem desse que me gravou muito. Ele parecia uma serpente, parecia uma uma sucuri bem grande, só que com a cabeça bem larga. E tinha assim ao longo de toda a cabeça até o rabo, assim, muitas cristas assim, entendeu? E aquele demônio em especial, ele tinha umas garras assim, que ao mesmo tempo pareciam asas muito pontiagudas. E eu lembro que ele pegava assim uma alma com as garras dele, assim ele arranhava ela todinha, sonhava todinha ela e arrancando aquilo que parecia o couro dela. E aí, depois daquele demônio, colocava se aquela alma na boca, sem aquela pessoa na boca e ele mastigava aquela pessoa, entendeu? E aí depois o ventre daquele demônio.
Aquela cobra crescia e aí então ele se abria, vomitava a pessoa para fora outra vez e ele tornava a agarrá la, tornava a humilhá la de novo, arrancar aquilo que parecia o couro dela. E voltava a comer. E assim, incessantemente, sem parar, por toda eternidade. Eu me lembro que esse me impressionou mais. E foi assim o que mais se gravou dentro de mim. Toda vez que eu vejo uma cobra. Eu me encho de pavor. Não só porque eu tenho medo de cobra, mas também porque eu me lembro daquele demônio que parecer uma cobra. Eu fico imaginando meu Deus, se ver uma cobra normal aqui da terra já é tão pavoroso, né? Parece que ela vai te pegar e você vai morrer e ela vai te matar. Imagine o que não será cair na mão daquele demônio lá. Na e Nossa Senhora diz que aquele disse pra mim que aquele demônio era o encarregado de torturar as pessoas que pecavam por adultério, fornicação e prostituição. E tinha também os demônios que torturava as almas que mentiam, que eram os demônios que arrancavam a língua das pessoas. Eram os demônios encarregados de torturá las porque elas mentiam. Ou então de transpassar las com a língua delas, com suas unhas, ou então com as lanças de fogo.
Incessantemente, eles puxava a língua da pessoa numa coisa assim, parecendo uma pedra de fogo. E aí eles transpassaram a língua da pessoa com aquelas lanças incessantemente, sem parar. E a pessoa gritava, pedia socorro, mas não havia mais socorro. Porque o tempo da conversão e da salvação já não existia mais. E Nossa Senhora foi explicando pra nós cada tormento e cada e cada demônio também que era encarregado de torturar as almas no inferno. Aquela visão foi tão forte que eu e a outra vidente nós começamos a gritar de horror, de pavor e a minha tia que estava do lado mais a mãe da vidente, o pai, a prima, as pessoas que estavam no cenáculo disseram que nós gritamos tanto que eles ficaram apavorados e estavam assim já quase para pra desmaiar de pavor, porque eles viam a gente gritando e contando o que a gente via em voz alta, sem se dar conta de que eles estavam ouvindo. E os gritos que nós dávamos eram tão grandes que eles. Disseram que quase estavam desmaiando de horror. A minha tia mesmo, ela estava branca como cera quando terminou. Mais branca que o manto da rosa mística. E quando acabou, ela disse pra mim assim eu nunca esperei que eu fosse viver para ver o que eu que eu vim aqui hoje.