Vou contar uma coisa que eu nunca contei pra ninguém. Contei ontem, só na janta pro meu pai e pros postulantes. Eu nunca gostei de contar meus sacrifícios, né? É uma coisa muito íntima, que eu não gosto. Não gosto. É uma coisa muito pessoal. Nunca gostei. Mas ontem eu contei um sacrifício que eu fazia muito em 1992, que era época que eu já vi a Nossa Senhora, Nossa Senhora já me pedir pra fazer sacrifícios pelas almas que eu nem conhecia. E eu estava estudando na época em duas escolas, uma noite aqui e a outra em São José dos Campos, no Senai. E o que aconteceu? Eu tinha uma bota porque ela tinha que usar sapato de segurança pra não acontecer acidente. E eu tinha um sapato de segurança, uma bota que veio com um probleminha, um preguinho da sola ficou, passou. Assim a sola do sapato ficou com a ponta assim dentro do sapato. Quando eu comecei a usar, eu comecei a sentir aquele negócio espetar o meu pé furou meu pé, machucou. Quando eu tirei, estava saindo sangue e a bota estava cheia de sangue. Aí eu pensei né, porca miséria, vou ter que jogar fora a bota que eu acabei de comprar e vou ter que gastar dinheiro e comprar outra. Mas aqui não dá, não tem jeito. Aí de repente eu pensei Opa, aquela, aquela senhora lá que eu vi me pediu sacrifícios pelas almas e se eu usar essa bota vai ser um bom sacrifício.
Meu Deus, será que eu vou aguentar? Aí eu falei Meu Deus, me ajuda! Resolvi usar a bota. Olha, eu viajava 01h00 pra chegar na escola, pra fazer o curso e depois viajava mais outra hora e quando eu descia na rodoviária antiga de Jacareí, que era no centro, nunca o ônibus pra minha casa casava o horário, então eu tinha que andar quatro km a pé pra chegar em casa. Eu andava quatro km com aquele prego dentro da bota, furando o meu pé e vazando o sangue. E no outro dia de madrugada eu andava mais quatro quilômetros para chegar na rodoviária, para pegar o ônibus para outra cidade, pra ir lá na escola estudar. E eu andava quatro quilômetros com aquela bota, com aquele prego furando meu pé. Sabe quanto tempo eu usei aquela bota? Um ano, todos os dias, Um ano. E eu ia andando. Aquilo ia machucando. E eu ia rezando a Jesus, como Nossa Senhora tinha me ensinado o Jesus. E é por ti e pelo Senhor. Pela conversão dos pecadores, pela salvação das almas e em reparação aos pecados cometidos contra o coração da tua Mãe. Todo dia eu oferecia. Eu não sabia o que eu estava oferecendo por vocês. Então hoje quando eu vejo vocês aqui, eu vejo meu Deus, Aquele sacrifício que eu fazia lá no passado, há 30 anos atrás, tá fazendo agora esse ano, né? 30 anos atrás não foi em vão.