Quando eu era pequenina e já estava vivendo no templo, conheci certa vez, por Revelação Divina, que um certo homem vizinho de meus pais, Joaquim e Ana, procurava por todos os modos saber como podiam meus pais terem tido uma filha em tão avançada idade. Meus pais me respondiam que havia sido obra do Senhor. Contudo, sem me revelar a aparição do Anjo do Senhor que tiveram, onde lhes foi anunciado o meu nascimento miraculoso? Então, o homem, insatisfeito com essa resposta, pôs se a zombar de meus pais e a cogitar um modo de os molestar. O demônio, então, sugeriu lhe o pensamento de denunciar meus pais aos sacerdotes da época, de estarem fazendo feitiçarias para os espíritos maus e que por esse meio haviam tido uma filha. O conhecimento deste fato fez sofrer de tal modo meu coração que derramei abundantes lágrimas e suplicar ao Altíssimo que socorresse meus pobres pais e injustiçados, oferecendo me a mim mesma para sofrer no lugar deles, se preciso fosse. O senhor me ouviu, me concedeu que o homem em questão ficasse mudo e não pudesse assim acusar meus pais. Tempos depois, ele arrependeu se, pediu perdão ao Senhor e a meus pais e o senhor lhe devolveu a fala. A dor que eu experimentei foi tão grande que seria possível matar com ela todos os mortais da terra se a pudessem sentir bem, aventurada a alma que sempre dela se lembrará. Pois eu defenderei a ela e seus entes mais caros nas injustiças da vida.